Em Maio de 2007, recém-chegado do pós-doutorado em que
passei pouco mais de um ano na Califórnia, escrevi sobre a Beira-mar.
Na época descrevi meu sentimento quando passeei pelas
calçadas e percebi todo o calor humano e diversidade lá presentes. Aqui decido
voltar sobre a questão, porque vi alguns comentários de turistas que vieram a
Fortaleza e disseram não achar a cidade bela. Diziam não ter visto nada de
especial.
Lembrei-me de quando cheguei em Marseille na França, cidade
que morei por quatro anos. A primeira impressão quando lá cheguei foi a de achar a
cidade feia. Era minha primeira ida a Europa e esperava aquelas coisinhas
lindas bem ajeitada, tipo Suíça. Marseille não tinha(e não tem nada disso). É
um caos só. Multiarquitetura, multicultural, multilépoca J). Só compreendi a beleza da cidade depois de
algum tempo. E vi que a França não tem tantas cidades como Marseille.
Acho que Fortaleza, embora muito diferente de Marseille, é
uma cidade dessas que não dá para perceber a beleza em um primeiro momento como
Rio, Paris e outras onde as beleza natural aflora. Ela tem que ser vivida e sentida. E a Beira-mar (incluindo
a Praia de Iracema) é para mim o local a se sentir.
Sempre que lá passeio, vejo uma representação de classes, de
culturas e de valores incríveis. Difícil encontrar um espaço amplo, cheio de
atrações, como muita gente e eclético como a Beira-mar. A proximidade com a
zona hoteleira e restaurantes é riquíssima. Durante a Copa das Confederações
adorei ainda mais passear na Beira-mar. A mistura de gente tornou-se ainda mais
eclética.
Lembro que tudo isso é ainda temperado pelo cearense com seu
condimento especial: o bom humor. Há
sempre um vendedor exótico fazendo alguma graça (com a própria desgraça ou
zombando da cara do próprio comprador (pode algo ser mais politicamente
incorreto)).
Seria muito pobre reduzir a beleza de Fortaleza à noite da
Beira-mar? Talvez, mas se os turistas a vivenciarem vão começar a perceber uma beleza que vale o ticket.
Nenhum comentário:
Postar um comentário