Nos dias de hoje, vendo surgir e acompanhando em Fortaleza os movimentos em redes sociais como “Fortaleza Apavorada” e “Fortaleza Sem Medo” percebo a riqueza dos mesmos pela pluralidade e capacidade de viralização que possuem. A movimentação que vêm provocando é
muito salutar e tem potencial para pressionar as autoridades para que mudanças
efetivas ocorram. Mas nem tudo é só virtudes.
A diversidade dos que participam desses movimentos faz com
que as opiniões e percepções sobre os problemas da Segurança Pública sejam por
vezes preconceituosas, com interpretações equivocadas das causas e,
principalmente, do que seriam as soluções viáveis. Isso não é nada
extraordinário e seria previsível que ocorresse. Afinal, não é papel das
pessoas proporem soluções para um problema tão complexo. A divergência de
opiniões e percepções talvez nem seja um problema tão sério se o objetivo for
somente o de pressionar o poder público.
No entanto, nenhum movimento social se sustenta muito tempo
só com esse propósito de indignação, principalmente se não se percebe algum
resultado efetivo. Ele tende a ser envolto por um sentimento de desconforto de
seus membros pela falta de objetivo a longo prazo o que também afeta também a imagem do movimento junto à maioria
silenciosa que só observa.
Por essa leitura, tenho ainda mais convicção de que
WikiCrimes é um instrumento valiosíssimo a ser apropriado pelas pessoas e por
esses movimentos. WikiCrimes foi pensado com o objetivo de captar essa
indignação das pessoas, mas ele tem uma proposta concreta de fazer algo mais.
Um algo mais que não requer alinhamento quanto às crenças ideológicas,
preconceituosas ou não, e nem precisa ser especialista em Segurança Pública.
Nossa opção foi a de desenvolver em WikiCrimes serviços que
pudessem ser usados por todos. Além de ser esse algo a mais do que só se
indignar, esses serviços deveriam ser os impulsionadores da participação
popular e dos governos. Serviços como alertas de crimes na sua área, aplicativos
no celular, a possibilidade de gerar QR-Codes para indicar nos locais quantos
crimes ocorrerão na região são exemplos.
Basta participar denunciando ocorrências e usar os serviços.
Se os governos começarem a participar também, ótimo. Mas isso não é
obrigatório. Se conseguirmos movimentar as pessoas nessa direção vamos
canalizar nossa energia para algo que vai fazer a diferença. Para os que ainda
não conhecem o projeto, há muito texto escrito nesse blog sobre o assunto. Os
vídeos abaixo também ajudam a compreender a ideia.
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