Para
os não familiares com o informatiquês
que invade nosso cotidiano, deixem-me definir o que significa SPAM. Trata-se do
uso de sistemas eletrônicos de comunicação para enviar uma grande quantidade de
mensagens não-solicitadas às pessoas.
A
atual campanha para prefeito tem posto à prova o conhecimento dos candidatos e
de suas equipes sobre o que é SPAM e sobre as formas que ele pode assumir. Os
incômodos carros de som e, mais recentemente, o SPAM telefônico com o envio de mensagens
gravadas mostram que as campanhas precisam evoluir muito na questão.
Detenho-me
aqui ao SPAM por telefone, pois o acho até mais intrusivo e incômodo ao cidadão
do que o popular SPAM através de emails. Uma chamada telefônica interrompe a
rotina da pessoa, força-lhe uma ação, sem que ela tenha a menor ideia de quem
seja e de que assunto se trata. Já imaginou se todos os candidatos decidem
fazer a campanha disparando chamadas para a população? E se todos os empresários
também decidem fazer o mesmo para anunciar seus produtos?
Além
disso, a questão do SPAM telefônico levanta uma outra problemática: a da
privacidade. Como os números telefônicos têm sido conseguido? De que base de
dados eles vêm? Não me consta que essa informação esteja aberta ao público. Se está
sendo comprada, quem tinha o direito de vende-la? Os usuários que tiveram seus
números de telefone usados, permitiram o uso para esse fim?
Além
de tratar-se de um péssimo exemplo, pois demonstra desconhecimento da ética de
uso saudável dos meios de comunicação, duvido da efetividade de tal medida.
Será que os que dela recorrem gravam a quantidade de desaforos que recebem das
pessoas que se aborrecem ao receber o telefonema? Será que medem o impacto
negativo nas redes sociais de tal prática?
Os
candidatos têm obrigação de conhecer e respeitar essa nova ética porque, como
homens públicos, têm um papel preponderante na tarefa de zelar para que os recursos
eletrônicos e as informações privadas das pessoas sejam usados de forma
responsável. É uma boa hora de dar o bom
exemplo.
* Artigo publicado na coluna Opinião do jornal O Povo de hoje
* Artigo publicado na coluna Opinião do jornal O Povo de hoje
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