Ao ler sobre o julgamento e condenação por pedofilia, sete
anos depois do crime cometido, de um promotor de justiça do Estado do Ceará não pude deixar de me indignar. O crime em si já é algo que dá muito nojo, mas
o que ainda mais me chamou atenção é que esse caso é simbólico tanto da
falência de nossa justiça como dos males que a impunidade pode causar.
Como pode um caso desse demorar tanto tempo para ser
julgado? Um promotor de justiça que tem um papel tão relevante na vida social,
alguém que decide sobre vários assuntos determinantes para a vida das pessoas,
como essa pessoa, contra a qual pesava denúncia tão grave, pode continuar a
decidir sobre a vida dos outros durante tanto tempo?
É por essa e outras que não me sensibilizo muito quando
ficam propondo mudanças de leis ou criações de outras novas. Nossos problemas
na área da Segurança e da impunidade é muito mais pelo fato de não conseguirmos
aplicar as existentes do que de criar outras leis. É sabido que o que detém um
potencial infrator é a certeza da punição muito mais do que a intensidade dessa
punição.
E outra, não menos ultrajante, vítimas que convivem décadas
com criminosos em contínuo “estado de julgamento” é uma das maiores injustiças
que alguém pode sofrer. Difícil não se indignar.
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