Já escrevi sobre a dificuldade de se caracterizar uma inovação. Tenho percebido que empreendedores têm muita dificuldade de preparar um projeto consistente e convincente. Resolvi escrever algumas sugestões com base na minha experiência na FUNCAP (Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e na UNIFOR.
Sou frequentemente consultado sobre a questão e achei que expor publicamente minhas sugestões é uma forma de contribuir transparentemente. Não se tratam de sugestões extraordinárias, mas simplesmente de algo que vale a pena ler antes de submeter um projeto.
É importante sempre lembrar que, embora inovação implique em risco, cabe ao avaliador buscar se cercar de argumentos que justifiquem o investimento e minimizem o risco de insucesso. Os avaliadores são sempre instruídos a pensar que o dinheiro público da subvenção deve ser tratado como se fosse o próprio dinheiro dele, avaliador. Assim, seja convincente.
Minha experiência tem mostrado que muitos projetos são enviados sem uma clara percepção do que visa o programa de subvenção. Para começar, sugiro logo considerar se o projeto a ser submetido se encaixa claramente no rol daqueles que NÃO se caracterizam como uma inovação elegível à subvenção. Os três casos abaixo são exemplos disso:
i) Projetos de pesquisa científica. Embora a ideia descrita no projeto possa se apresentar como fronteira do conhecimento e bem posicionada perante ao estado da arte, a subvenção deve estar ligada à capacidade de gerar riqueza, dar resultado e agregar valor a curto prazo (no máximo médio prazo). Pesquisas são financiadas por outros mecanismos.
ii) Projetos que visam desenvolver atividades rotineiras e que a empresa já realiza. Trata-se aqui do caso típico em que empréstimos são os mecanismos de fomento mais adequado. Recorrer ao Banco do Nordeste ou BNDES é uma boa alternativa. Lembre-se ainda que a subvenção não pode ser encarada como uma forma fácil de aumentar o capital de giro da empresa.
iii) Projetos de governo. Projetos governamentais devem ser financiados pelo próprio governo através de ações previstas no orçamento. Inovações sociais até podem envolver órgãos governamentais, mas os atores potencializadores dessa inovação devem ser do terceiro setor.
i) Projetos de pesquisa científica. Embora a ideia descrita no projeto possa se apresentar como fronteira do conhecimento e bem posicionada perante ao estado da arte, a subvenção deve estar ligada à capacidade de gerar riqueza, dar resultado e agregar valor a curto prazo (no máximo médio prazo). Pesquisas são financiadas por outros mecanismos.
ii) Projetos que visam desenvolver atividades rotineiras e que a empresa já realiza. Trata-se aqui do caso típico em que empréstimos são os mecanismos de fomento mais adequado. Recorrer ao Banco do Nordeste ou BNDES é uma boa alternativa. Lembre-se ainda que a subvenção não pode ser encarada como uma forma fácil de aumentar o capital de giro da empresa.
iii) Projetos de governo. Projetos governamentais devem ser financiados pelo próprio governo através de ações previstas no orçamento. Inovações sociais até podem envolver órgãos governamentais, mas os atores potencializadores dessa inovação devem ser do terceiro setor.
Algumas variáveis importantes que impreterivelmente são consideradas pelos avaliadores e que seu projeto deve responder são as seguintes:
a) Por mais que um projeto seja inovador, há sempre formas de encontrar competidores que realizam algo pelo menos parecido. Comparações com soluções existentes no mercado e/ou com a academia fortalece o argumento de a proposta é inovadora além de dar segurança ao avaliador de que o proponente conhece o negócio, identifica os obstáculos e vislumbra como vencê-los.
b) O projeto deve apresentar um plano de negócio ou pelo menos uma análise dos competidores, desafios e oportunidades. Como, quando e quanto de dinheiro espera-se que a inovação gere?
c) A cooperação com a universidade é consistente? Esse é um item fundamental. Muitas vezes percebe-se que a equipe é composta de pesquisadores doutores que nem são ativos na área em que o projeto está inserido. Os avaliadores chamam isso de “doutor de aluguel”. Muitas vezes participam do projeto só por favor. Há cooperações anteriores que demonstrem a solidez da parceria? Recomenda-se que o projeto seja maturado em conjunto. Um avaliador experiente percebe facilmente quando isso não é o caso.
d) A empresa tem uma estrutura mínima de desenvolvimento da inovação? Há equipe que internalize a inovação ou vai ficar somente com os parceiros na academia? Capítulo à parte na avaliação desse item são as Startups. Elas muitas vezes não tem estrutura mínima, mas a composição de uma equipe com know how diferenciado para desenvolver uma boa ideia pode indicar que vale a pena o investimento de risco.
e) O projeto é de empresa que já foi contemplada com subvenção? Se a subvenção está em andamento, avalia-se rigorosamente se a empresa tem capacidade para abrir inovações em mais de uma frente. Não sugiro a pequenas empresas, submeter um pedido de subvenção quando uma já está em andamento. Caso a subvenção tenha terminado. É desejável que o financiamento de uma segunda subvenção seja uma aposta em algo que deu certo e que pode melhorar mais ainda. Ou seja, mostre que teve bons resultados com uma primeira subvenção e então solicite extensões do que foi feito.
Essa lista não é completa, nem quero dizer que se todos esses aspectos forem contemplados o projeto será aceito. Mas creio que ela cobre pontos relevantes e que, se um projeto não as contempla, já começa em desvantagem.
2 comentários:
Amigo Vasco,
Estou de volta ao seu Blog.
Muito esclarecedor seu informe sobre Projetos de inovação.
Porém, será que o órgãos governamentais não poderiam atuar como protagonistas de projetos inovadores? Os governos não têm capacidade de inovar?
Um abraço
Luis Eduardo
Caro Luis,
Sua pergunta me permite explicar mais claramente o contexto o qual meu texto estava inserido: o da subvenção econômica. Trata-se de aporte de dinheiro pelo governo(sem necessidade de pagamento) em projetos inovadores com vistas ao desenvolvimento de uma área, setor, empresas, etc. Ou seja, o governo banca o risco. Dentro desse contexto, não creio que tem sentido investir em próprios projetos de governo desta forma.
Obviamente que o governo pode inovar e deve. Isso pode ser feito através de outros mecanismos. Convênios de órgãos governamentais com a Universidade, por exemplo, podem ser uma alternativa.
Abco,
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