Estamos sempre tendo exemplos do quanto somos insignificantes neste mundo. Neste fim de semana, estava a escutar Amy Winehouse e ao mesmo tempo a ler sobre Steve Jobs.
Desculpem-me os leitores sobre esse texto um pouco depressivo, mas decidi por nessas linhas um pouco do sentimento ao relacionar esse dois monstros. Por nutrir especial admiração pelos dois, lamento por ter perdido Amy e Jobs. Ambos tão jovens.
Numa época de tanto avanço científico é muito frustrante e acima de tudo renega-nos a uma enorme humildade, ver que mesmos os maiores expoentes diferenciados em suas áreas são impotentes frente aos designíos do destino.
Nunca pensei que a morte de Jobs, anunciada é verdade, me tocasse de forma diferenciada. Não vou aqui falar da vida de Jobs, pois tudo que foi dito e redito na mídia, social ou não, não consegue expressar o que sinto. Não somos exatamente de uma mesma geração. Nove anos nos separam. Tempo que, nesse mundo de inovação tecnológica, faz uma enorme diferença. Mas havia algo em Jobs e na sua trajetória que me atraía. Tinha uma especial identificação com sua obstinação por, como ele dizia, mudar o mundo.
Fez com que os produtos que lançou fossem consumidos com paixão. Algo dificílimo a se conseguir. Quinze anos atrás, quando ainda não era usuário de produtos da Apple, eu notava que os que tinham um Macintosh sentiam algo mais pelo equipamento do que o que se sente por um computador. Havia um orgulho típico de um fã clube. Como alguém pode construir isso em torno de uma marca? É isso que acho genial em Jobs. Bem mais do que a inovação tecnológica em si. Ele conseguiu entender o gosto das pessoas e conquista-las. Conseguiu fazer com que pessoas racionais, agissem de forma quase irracional. Comprassem um computador mais caro, só porque queriam fazer parte de um clube. Algo como sente aqueles que amam, Woody Allen, adoram Picasso, escutam Amy. Tecnologia e arte se misturam. A beleza que vem da criatividade.
Hoje escrevo em meu Mac este texto e dedico Amy aos leitores. Sejam bem-vindos ao século XXI. O século da inovação tecnológica e do progresso cientifico, mas as mortes de jovens celebridades nos relembram o século do romantismo não tão distante. Formas diferentes, mas as mesmas mensagens. Quanta insignificância! Escutemos Amy ao menos enquanto dure.
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