Ao ver a euforia da torcida tricolor depois do jogo contra o CRB, não pude deixar de pensar sobre como nosso nível de satisfação é algo variado. Para os que não estavam muito ligados à odisseia tricolor vivida no terceira divisão do campeonato brasileiro de futebol, deixem-me traduzir de forma sucinta. O time de futebol do Fortaleza estava brigando para subir para a série B, isso depois de ter caído vertiginosamente da série A para a série B e depois para a C.
Esse ano já é o segundo em que o time está na série B. A esperança de subir foi o grande motivador de todos. Torcedores, jogadores e diretores estavam convencidos de que era momento de voltar a competir nas divisões mais ricas.
A forma como se deu a manutenção do Fortaleza na série C é típica de operetas dramáticas. A campanha foi desastrosa e o time chegou a última rodada com grandes chances de cair para a série D. Não dependia mais de suas próprias forças. Precisava fazer quatro gols, o que não havia acontecido há muito tempo.
Conseguiu tal feito. Sobraram acusações de que houve acordo e esquema entre os times. No final, tudo deu certo e a alegria da torcida foi tão grande quanto a de uma grande conquista. Lembrei-me da seguinte historieta.
João e a Maria, que estão ambos desempregados, têm muitos filhos, não têm dinheiro para pagar as dívidas, encontram um consultor esperto, que lhes diz ‘ponham um bode na sala’. Eles põem, mas um mês depois têm os mesmos problemas e estão desesperados: o bode cheira mal, assusta as crianças e come os cortinados. ‘O que fazer?, perguntam o João e a Maria. E o consultor responde-lhes: tenho a solução, tirem o bode da sala». É a teoria do ganho do mal menor.
Assim somos nós torcedores. Tiramos o bode da sala.
Um comentário:
É muita vontade de estar na serie B. Corrigindo: "Esse ano já é o segundo em que o time está na série C".
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