A semana passada, embora muito cansativa, foi repleta de novos fatos e informações com a vinda de Stefan Decker, diretor do DERI da Irlanda. Tinha mencionado aqui mesmo sobre sua vinda e dos objetivos que tínhamos com ela. Sua visita foi muito enriquecedora. Stefan mostrou-se uma pessoa muito afável e em poucas reuniões deixou claro porque conseguiu o sucesso com o DERI.
Em particular, gostaria de elaborar um pouco sobre sua palestra para empresários de TIC e acadêmicos na FIEC. Confesso que esperava que ele falasse mais sobre a estrutura do DERI, sobre os desafios de fazer parcerias com o setor privado e sobre estratégias de captação de recursos. Stefan falou pouco sobre esses aspectos, pois decidiu dar ênfase no tema que dirige todas as pesquisas e inovações no DERI.: a Web Semântica. Diante das reações que pude perceber após sua apresentação, comecei a achar que sua escolha foi muito feliz.
Sua palestra foi centrada na ideia de que a web está se modificando e que em um futuro (difícil de prever se breve ou não) ela terá uma outra dinâmica. Estaremos no futuro falando de uma web mais inteligente. Ao invés de acessarmos somente documentos (expostos em páginas como hoje), vamos poder combinar os dados que esses documentos possuem. Não desejo tornar este texto muito técnico, por isso vou me abstrair do que isso significa. O que considero relevante aqui é explorar o fato de que Stefan no DERI definiu um objetivo com base em um futuro que se apresenta possível, criou um ambiente para se tornar pioneiro na criação de ferramentas para explorar esse mundo e, o melhor de tudo, está aberto à possibilidade de sermos seu parceiro nesta empreitada.
Não creio que isso tenha ficado claro para todos. A escolha que Stefan fez quando de sua apresentação foi arrojada. Afinal ele estava falando de algo desconhecido e descontextualizado para muitos. Os acadêmicos não se espantaram. Tinha relação com o que faziam. Os empresários, aparentemente, acharam que aquela conversa se referia à pesquisa científica, exclusivamente. Não era essa sua intenção e nem é essa a realidade. Boa parte da pesquisa desenvolvida para essa “nova web” já está desenvolvida em termos tecnológicos e que nem se configura mais como um tema de pesquisa. Nos encontramos no momento que alguns chamam de ponto de inflexão.
Já existe um desenvolvimento tecnológico que permite a exploração em negócios. O sucesso dessa nova tecnologia, no entanto, depende do quanto as pessoas passam a usá-la. Por isso, Stefan tem todo interesse em ter parceiros que aumentem essa corrente. Um momento propício para inovações. Claro que não deixa de contemplar seus riscos. Afinal, o ineditismo nem sempre é vantagem competitiva. Mas o que considero importante ressaltar é que nós aqui no Estado, que nunca fizemos parte de nada de novo do que acontece nesse cenário, começamos a discutir essa possibilidade. Fico pensando que talvez esteja sendo ambicioso demais ao buscar isso. Mas logo me conforto: se não for assim, nem estaria dentro.
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