Qual manchete vende mais? o cachorro mordeu o homem ou o
homem mordeu o cachorro? Essa pergunta anedótica ilustra o quanto a mídia
precisa chamar a atenção de seus leitores. Os eventos incomuns constituem
excelente oportunidade para isso.
O topless, prática das mulheres não usarem a parte superior
do biquíni nas praias, é extremamente comum na Europa. Os anos 60, marcados
pelos movimentos de liberdade feminista na Europa, foram a época de início da
prática de topless nas praias europeias, prática que persiste até hoje, embora
em declínio.
Essa semana pensei nesse tema ao ler sobre o impacto
causado pela matéria de um jornal sensacionalista francês que mostrou fotos da
esposa do príncipe William da Inglaterra em topless durante as férias de verão.
Mais do que o abuso da privacidade da princesa que foi perseguida por um
Paparazo em um castelo privado e que usando câmeras com potente zoom conseguiu
capta-la, o que me atraiu na história foi a perspectiva da disseminação do sensacionalismo via Internet.
Sempre houve gente bisbilhotando a vida das celebridades com
o objetivo de exploração comercial, pelo simples fato de que vende. Nesses
nossos tempos de veiculação rápida e global da informação isso tem componentes mais agudos. Dentre eles
o choque cultural. É aí que insiro a questão do topless. Embora comum na
Europa, tem sua aceitação variada de país a país. Alguns como o nosso, é
curioso, meio fetiche, meio desafiador, mas, não chega a ser agressivo. No
entanto, há aqueles em que tal prática é vista de forma muito pejorativa,
agressiva mesmo.
Celebridades como o príncipe e a princesa não podem mais ter
comportamento condizente somente com a cultura deles. Precisam ser
politicamente corretos com um mundo que cada vez mais se radicaliza. Deve ser
frustrante. É muita proibição. Mas a busca por audiência que era monopolizada
pelos meios de comunicação oligárquicos, agora tornou-se paranoia de todo
pequeno produtor de conteúdo na Web. Enfim, tem muito mais gente querendo
explorar as mordidas dos homens nos cachorros. São sinais de nossos tempos.
2 comentários:
Lembrei de uma piada que meu pai contava sobre uma manchete de jornal:
Cachorro fêz mal à moça".
Nada além de um cachorro-quente estragado.
ótima como todas de Seu Evanildo!
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