Essa última semana foi repleta de idas a hospitais e
laboratórios de exames clínicos devidos a uma virose que acometeu minha filha e
que depois se mostrou ser uma perigosa Dengue. Felizmente esse tipo de jornada
não me é rotineiro nem frequente. Talvez por isso eu me tenha assustado tanto
com a péssima qualidade do atendimento que a UNIMED está prestando a seus
conveniados. Refiro-me aqui a UNIMED, mas não creio que seja muito diferente para outros planos.
Estamos acostumados a ver pela mídia o caos que se tornou o
sistema público de saúde. Filas extensas, falta de médicos, esperas
intermináveis, pessoas sendo atendidas nos corredores. Encontrei tudo isso no
hospital pediátrico da UNIMED aqui em Fortaleza. É de dar pena. Doentes já são
pessoas sensíveis, crianças então!
A ideia da UNIMED de fazer um hospital de atendimento
infanto-juvenil até pode ter tido boa intenção. Não vou nem entrar no mérito se
a motivação disso é econômica. O que me parece claro é que a demanda
concentrada é muito maior do que o hospital pode atender. A consequência é
catastrófica. O cliente conveniado paga por um serviço que não recebe.
Já vinha percebendo o estrangulamento do sistema de plano de
saúde, quando necessitava de uma consulta médica. Isso tem ficado mais
frequente, pois a impossibilidade de comprar remédios sem prescrição médica (o
que em essência é uma medida mais do que correta) aumentou a demanda por
consultas médicas, em especial por generalistas. As consultas em consultório
são impossíveis de serem obtidas em prazo curto. Normalmente, há um prazo de
espera de um mês. O jeito é ir a um hospital e ser atendido por um plantonista,
normalmente inexperiente, que lhe atende em cinco minutos.
Efetivamente, o que se consegue com isso é prescrição para o
básico do básico. A taxa de erro nas prescrições sobe. O
sistema frágil e caótico proíbe que o médico acompanhe o paciente por muito
tempo e os erros de diagnóstico vão realimentando o sistema. Consequência? Mais
filas, mais pacientes em estado urgente, mais dinheiro gasto. Nada novo em se
tratando de SUS. Temos agora a mesma realidade nos planos de saúde particular.
Um olhar otimista(ou talvez, sarcástico) sobre a situação poderia
nos fazer pensar que agora sim, temos um sistema de saúde democrático: todos
são atendidos da mesma forma, muito mal. Haja otimismo!
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