Escuto sempre de que o cearense, pela paixão que tem pelo
futebol, merece mais do que seus times o presenteiam. Sou mais um a engrossar
esse caldo. A média de público nos campeonatos brasileiros seja da série A, B ou
C de Ceará e Fortaleza é sempre invejável e demonstra o comprometimento das
torcidas com suas equipes.
Já está então mais do que na hora dos times passarem a
respeitar mais seus torcedores. O que acontece hoje com o programa
sócio-torcedor tanto de um time quanto de outro é mais um exemplo do inadmissível.
Os times convocam os torcedores para se inscreverem como sócios de forma que,
ao pagarem uma mensalidade, obtenham automaticamente o direito de assistir as
partidas de seu time em um espaço destinado a tal.
Acontece que isso tem se mostrado uma verdadeira fraude. Eu
posso dizer de cadeira (com perdão ao trocadilho) que ao chegar no Estádio o
sócio-torcedor não tem, de forma alguma, garantia de ter sua cadeira para
assistir o jogo. As três vezes que decidi ir ao PV assistir um jogo, fiquei em
pé com muitos outros, na entrada do espaço destinado às cadeiras em condições
totalmente inapropriadas para quem paga (antecipadamente ou não) e mereceria receber
um serviço digno.
Sabedor de que não teria uma assiduidade alta, inscrevi-me
como sócio-torcedor com o objetivo maior de contribuir com meu clube de
coração. Mas esperava ter respeito quando decidisse ir ao estádio. A dura
realidade tem me deixado tão indignado que me levou a escrever essas linhas.
Estamos em época e clima de copa do mundo. Vislumbramos-a,
mesmo que muitas vezes de forma até inocente, como oportunidade para resolver
boa parte de nossos problemas. Agora, um deles não me parece ser tão difícil de
resolver. Envolve uma equação supersimples que os dirigentes dos clubes locais e
Federação Cearense de Futebol têm certamente condições de fazer: há que haver
uma cadeira reservada para quem pagou por ela. E olhe que já existe até lei que
protege o torcedor. Falta o que para ela
pegar? Respeito é bom e nós merecemos.
* artigo publicado hoje na coluna Opinião de O Povo
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