O convite para debater no evento sobre Tecnologia e
Segurança promovido pela agência Dinheiro Vivo em São Paulo essa semana deu-me
a oportunidade de fazer uma recapitulação do que tenho vivido, estudado,
aprendido e experimentado nos últimos 15 anos na área de Tecnologia da
Informação (TI) aplicada à Segurança. Infelizmente não vi muitos motivos para
entusiasmo.
Acho que temos avançado muito pouco a despeito do avanço
tecnológico extraordinário que vivemos. Quando se fala em tratamento e uso da
informação através da tecnologia, o que continuamos fazendo hoje é mais do
mesmo: contar crime.
Quero aqui me referir a pouca percepção do quanto a coleta,
análise e uso da informação nas tarefas policiais é fundamental. As polícias contam
crime porque precisam informar a sociedade, mídia, Ministério da Justiça e às
demais instancias de poder que as demandam em constância. Ainda por cima, como
não o fazem por necessidade cotidiana, o fazem muito mal. Não seguem padrões,
só informam aquilo que os interessa, não se integram com dados de outras
esferas e não são transparentes.
Essa situação é ainda emblemática do quanto os investimentos
em TI precisam estar aliados a um novo modelo de polícia com foco na resolução
de problemas e na investigação. Se assim acontecer, a TI passará a justificar
os altos investimentos demandados por todas as polícias no País. Caso
contrário, é um risco grande de jogar dinheiro fora.
Há exceções à regra? Sim, mas infelizmente essas exceções
padecem de outro mal tão deletério quanto o anterior: falta de continuidade. Temos
sempre as policias que são a bola da vez, os modelos, os exemplos. No entanto,
a institucionalização das iniciativas é prejudicada, pois não há como ocorrer
em pouco tempo. O que é bom exemplo hoje pode, de um governo para outro, virar passado.
E vira. Vi isso acontecer aqui no Ceará, para não ir muito longe.
Por fim, na minha apresentação, que pode ser encontrada
abaixo, descrevo porque acredito que a política de dados abertos pode ser um
caminho para vencer boa parte desses, digamos, maus hábitos.
2 comentários:
Acredito que as linhas de ação expostas trarão benefícios. Mas como fazer com que a comunidade (empresas e pessoas) se engajem nas ações ? Como massificar? Não seria necessário um "patrocinador" forte que comprasse a idéia?
Sim. Os governod
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