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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Contando Crime


O convite para debater no evento sobre Tecnologia e Segurança promovido pela agência Dinheiro Vivo em São Paulo essa semana deu-me a oportunidade de fazer uma recapitulação do que tenho vivido, estudado, aprendido e experimentado nos últimos 15 anos na área de Tecnologia da Informação (TI) aplicada à Segurança. Infelizmente não vi muitos motivos para entusiasmo.

Acho que temos avançado muito pouco a despeito do avanço tecnológico extraordinário que vivemos. Quando se fala em tratamento e uso da informação através da tecnologia, o que continuamos fazendo hoje é mais do mesmo: contar crime.

Quero aqui me referir a pouca percepção do quanto a coleta, análise e uso da informação nas tarefas policiais é fundamental. As polícias contam crime porque precisam informar a sociedade, mídia, Ministério da Justiça e às demais instancias de poder que as demandam em constância. Ainda por cima, como não o fazem por necessidade cotidiana, o fazem muito mal. Não seguem padrões, só informam aquilo que os interessa, não se integram com dados de outras esferas e não são transparentes.

Essa situação é ainda emblemática do quanto os investimentos em TI precisam estar aliados a um novo modelo de polícia com foco na resolução de problemas e na investigação. Se assim acontecer, a TI passará a justificar os altos investimentos demandados por todas as polícias no País. Caso contrário, é um risco grande de jogar dinheiro fora.

Há exceções à regra? Sim, mas infelizmente essas exceções padecem de outro mal tão deletério quanto o anterior: falta de continuidade. Temos sempre as policias que são a bola da vez, os modelos, os exemplos. No entanto, a institucionalização das iniciativas é prejudicada, pois não há como ocorrer em pouco tempo. O que é bom exemplo hoje  pode, de um governo para outro, virar passado. E vira. Vi isso acontecer aqui no Ceará, para não ir muito longe.

Por fim, na minha apresentação, que pode ser encontrada abaixo, descrevo porque acredito que a política de dados abertos pode ser um caminho para vencer boa parte desses, digamos, maus hábitos.  

2 comentários:

Alexandre disse...

Acredito que as linhas de ação expostas trarão benefícios. Mas como fazer com que a comunidade (empresas e pessoas) se engajem nas ações ? Como massificar? Não seria necessário um "patrocinador" forte que comprasse a idéia?

Vasco Furtado disse...

Sim. Os governod