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segunda-feira, 2 de maio de 2011

Ganso e Neymar


Estive este fim de semana em São Paulo e aproveitei a oportunidade para ir ao Morumbi assistir Santos e São Paulo. Não torço por nenhum dos dois times, mas tive vontade de ir. Achei que veria um bom futebol, principalmente, porque queria ver Ganso e Neymar jogando.

Não me arrependi. Não que o jogo tenha sido lá essas coisas, mas a impressão de que os dois jovens me deixaram foi a melhor possível. Merecem a atenção midiática que vêm recebendo.

Neymar é irritante: para os adversários. Tinhoso, rápido, objetivo e chato. Muito chato. A despeito de cair a todo momento, muitas vezes sem nenhuma razão, ele é muito diferente dos outros jogadores. Possui uma habilidade sem igual e é perigosíssimo ao gol adversário. Agora, em matéria de diferença, Ganso é campeão. Joga super simples. Passa com uma maestria, incrível. E anda em campo. Isso mesmo, anda.  Mas é rápido. Demonstra com a pouca idade que tem de que aprendeu, provavelmente por intuição, de que correr com a bola não é sinônimo de rapidez. Sabe que por mais que corra, a bola sempre será mais rápida.

Lembrei-me do querido Prof. Roberto Bastos, ainda hoje companheiro de racha no Náutico, meu primeiro técnico de basquete. Costumava fazer um exercício técnico conosco, garotos de 12 anos de idade, que tinha o objetivo de dar-nos agilidade, mas também mostrar-nos o quanto a bola era veloz. Os jovens adoram correr com a bola (no caso do basquete, picando. No futebol, com a bola no pé). Não bastava Roberto dizer-nos que a velocidade da bola deveria ser maior se corresse de mão em mão. Precisava mostrar-nos. Punha-nos no final da quadra e fazia-nos apostar uma corrida contra a bola. Ele jogava a mesma rasteirinha pelo chão e, nós, disparávamos atrás dela. Aos mais fominhas, ele sempre dava uma forcinha maior. Por mais que o cara fosse rápido, nunca vi um que ganhasse essa corrida, quando Roberto não queria.

Se Ganso fez exercício similar, não sei. Mas aprendeu bem a lição. O toque na bola refinado, esse não creio que se aprenda. É nato. O gol que fez, o segundo do jogo, foi um exemplo do que digo. Um jogador normal teria fechado os olhos e enchido o pé. Ele tocou com o lado de dentro do pé, sem muita força, entre Rogério e Miranda. Pegou os dois no contrapé. Ficaram inertes.

No mais, a ida ao Morumbi foi-me também nostálgica. A última vez tinha sido num Santos e Corinthias muito sem graça há cerca de sei lá quanto tempo (melhor nem me esforçar). Havia esquecido de como o acesso ao estádio é caótico, mas isso é assunto para outro texto.  

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