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sábado, 31 de março de 2012

Primeiros Erros

Percebi que fazi um certo tempo que não colocava uma música cá nesse espaço. Conectei um DVD Blue Ray no receiver Denon que tenho em casa e "de quebra"consegui conecta-lo a Web. Posso assim assistir YouTube e escutar músicas com som de alta qualidade, um dos meus maiores hobbies.

Embora a interface de interação seja ainda muito precária, pois o controle remoto decididamente é algo arcaico e com dias contados, pude selecionar "Primeiros Erros" com Capital Inicial e participação especial de Kiko Zambianchi. Em minha modesta opinião, trata-se da melhor gravação dessa música que tanto gosto. Apreciem.



quarta-feira, 28 de março de 2012

Cidades Inteligentes e o Futuro das Megacidades

Ótimo evento promovido pelo jornal Valor Econômico no Hotel Rennaissance em São Paulo sobre cidades inteligentes e sobre o que esperamos como legado da Copa 2014 neste contexto no País. Fui convidado a palestrar onde tive a oportunidade de discorrer dos projetos que desenvolvemos e dos conceitos que venho defendendo há algum tempo como dados abertos, transparência, inovação e mapas colaborativos. Abaixo seguem os slides que usei na minha apresentação. Maiores detalhes sentirei-me honrado em interagir.


segunda-feira, 26 de março de 2012

Cidades e Agentes Inteligentes

Tenho escrito sobre cidades inteligentes (sugiro ler sobre o Zipcar index para saber mais sobre esse conceito), em especial sobre o quanto acho importante o papel de dados abertos governamentais neste contexto. Gostaria de enfatizar aqui a relação existente entre dados abertos governamentais e inovação. Para tanto vou fazer inicialmente um paralelo entre os conceitos de cidade inteligente e agente inteligente dentro do contexto da Inteligência Artificial (IA).

A IA moderna fugiu do debate filosófico do que é inteligência adotando o conceito de agente inteligente que se baseia em dois princípios básicos. autonomia e racionalidade. Um agente autônomo é capaz de decidir seu rumo e para isso age em busca de maximizar uma ou várias medidas de performance que serão balizadoras de suas ações e indicarão o quão racionais elas são.

Acredito que podemos pensar analogamente para postular que uma cidade inteligente deve ser autônoma para usar as informações produzidas no âmbito da interação desses agentes em busca do bem comum da coletividade. 

Considero que uma política de dados abertos é infraestrutura para o desenvolvimento de uma cidade autônoma e racional. Deixem-me dar um exemplo simples. Cidades autônomas usam informações sobre tráfico de veículos para auxiliar os cidadãos sobre que rota  ou que meio de transporte tomar e assim serem mais racionais no uso do recurso escasso não renovável. Para que isso seja possível as informações sobre tráfego devem estar disponíveis de forma que empresas, jornalistas, autônomos, estudantes, enfim, empreendedores de uma forma geral possam criar serviços a serem usados por todos. Governos que agem desta maneira tomam ações concretas e claras na direção do fomento à inovação. Veja um bom exemplo disso com o que ocorre em Chicago com seu IdeaHack Day.

Além do aspecto da inovação, uma política consistente de coleta e provimento de dados abertos é estratégica para geração de oportunidades para empreendedores além de combater os monopólios. Se os dados estiverem na mão de uma única empresa, como é o caso de alguns dados que estão com a Google, os governos vão acabar reféns das mesmas o que pode prejudicar o desenvolvimento. Para que exemplo mais gritante do que as informações geográficas representadas no Google maps. Trata-se de infraestrutura básica que deveria fazer parte dos governos e estar disponível a todos. Hoje isso é praticamente carta fora do baralho. Embora iniciativas como Open Street Map existam, nenhum governo no mundo tem dados geográficos no nível de precisão do Google, Microsoft, etc. Fácil ver que ainda há muita inteligência a ser providas às nossas cidades.

terça-feira, 20 de março de 2012

Janelas e Calçadas Quebradas

Abaixo reproduzo artigo meu publicado no O Povo de hoje, coluna Opinião, que dedico a meu pai, um frequentador assíduo do centro da cidade de Fortaleza e que sofre há anos com as calçadas de lá.


Semana passada, o cientista político James Wilson, 80, autor juntamente com George Kelling de artigo em 1982 que lançou a teoria das janelas quebradas, faleceu. Impossível lembrar de Wilson e Kelling sem lembrar dos problemas urbanos verificados em Fortaleza. Em particular da questão da ocupação irregular das calçadas, fato evidenciado pelo mapa construído pelos internautas aqui no O Povo.
 Wilson e Kelling sugeriram que a ordem pública é frágil e se não se conserta a primeira janela quebrada, logo as outras também estarão quebradas. Para eles, em termos comunitários, desordem e crime são coisas que se desenvolvem como consequência um do outro. Eles enfatizaram que as janelas não são quebradas porque os cidadãos que vivem na comunidade são inerentemente, digamos quebradores-de-janela. Isso ocorre porque cria-se o sentimento de que é coisa de ninguém. Como não há quem se importe, não há custo em quebra-las (na verdade é até divertido, os jovens que o digam!). Ou seja, o negócio é não deixar o efeito dominó acontecer.
 Uma das declarações mais emblemáticas feitas por Wilson diz que “A Segurança Pública tem que proteger a comunidade tanto quanto os indivíduos. Nossos trabalhos de vitimização e estatística medem somente as perdas individuais, mas não medem as perdas coletivas.” Da mesma forma que médicos devem tratar da saúde como um todo do que simplesmente da doença específica, todos nós devemos reconhecer a importância de manter intactos comunidades sem janelas quebradas.
 Todos os casos de sucesso de políticas públicas nos EUA e mesmo fora dele, desde então, levam em contas as premissas dessa teoria. Será que conseguiríamos aplica-las aqui em Fortaleza? Para começar, seria possível ter alguma ordem nas calçadas do centro da cidade que forma que os cidadãos nelas pudessem andar? A Segurança Pública agradeceria com certeza.

segunda-feira, 19 de março de 2012

A Nuvem de Opiniões

Creio que um excelente exemplo de  Jornalismos de dados com web social é a nuvem de opiniões (The Opinion Cloud) do The Economist. Sugiro dar uma olhadinha, pois em minha foto abaixo não consigo capturar o fato de que a nuvem é dinâmica e pode mostrar opiniões relacionadas ao tópico que faz parte da nuvem. Ela mostra ainda quais os temas que chamam a atenção do leitor a cada minuto.

The Economist usa o Appinions que você pode conhecer mais abaixo.

Appinions - Influencer Exchange from Appinions on Vimeo.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Ambiguidades Elementares Meu Caro Watson

Watson foi um dos hot-topics ano passado aqui no blog e na comunidade científica em geral. Esse computador da IBM que venceu o jogo de perguntas Jeopardy foi descrito aqui.  

Volto ao tema porque um de nossos projetos de pesquisa visa fazer com que programas de computador entendam textos e seus conceitos. Nesses trabalhos um dos desafios são as palavras ambíguas. É difícil para um programa de computador “ler” um texto que fala de Fortaleza e saber se refere-se ao time de futebol ou à cidade. Manga fruta ou de camisa, Jaguar carro ou animal são outros exemplos de ambiguidades que podem levar a confusões.

Pois bem, li recentemente que Watson durante a competição cometeu uma gafe incrível ao responder “Toronto” para a pergunta que referia a cidade americana com o maior aeroporto com nome de um herói da segunda guerra e o segundo maior tem o nome de uma batalha também da segunda guerra. Além de levantar a ira dos canadenses que detestam se achar um estado a mais dos EUA, esse erro fez pesquisadores buscarem entender como o programa tão competente e que acabou vitorioso no torneio batendo os maiores campeões humanos pode se enganar tanto.

A resposta vem da ambiguidade que ele pegou em sua base de conhecimento que o deixou confuso. Uma cidade americana pode se referir aos EUA, mas também a uma canadense, não? Aliás, brasileira também. O problema é que temos um conhecimento de senso comum de que esse termo na maioria dos contextos se refere aos EUA. Watson sabia disso, mas teve dúvida e como tinha que responder com rapidez, acabou entrando pelo cano. Vida dura essa de replicante, eih? Veja mais sobre isso aqui.


quarta-feira, 14 de março de 2012

Key West: Sunset Moderno

Na volta a Florida para o Complenet, pus-me na rota de Key West no fim de semana. A mais distante e mais a oeste das ilhas chamadas Keys da Florida. Não a conhecia e a curiosidade de descobrir o que atrai tanto os americanos me motivou. Lá vê-se de tudo. Há desde a típica Florida repleta de aposentados bem como de turistas das mais diversas idades que descem diariamente dos luxuosos navios de cruzeiro.

A cidade é “mignon” com arquitetura colonial (inglesa), cheia de restaurantes, museus e vida noturna. Poderia falar sobre várias dessas coisas, mas o que mais me impressionou foi a forma como os americanos estruturaram a cidade. A ergueram sem nenhum pudor ao meio ambiente. A beira-mar é ampla, arejada e, digamos, dentro do mar. Assim são os restaurantes e os hotéis. Estava hospedado em um hotel que, ao acordar na abertura da janela, vi um cruzeiro que parecia ter invadido o quarto. Chocante! Lembro do amigo Amaral que gosta de dizer que nos dias atuais o Cristo Redentor não teria nunca sido construído por causa da agressão ao meio-ambiente. Talvez Key West também não o fosse. Outros tempos.

Key West se orgulha de ter o por do sol (sunset) mais bonito dos EUA. Todos os dias os turistas se reúnem na beira-mar e depois de assistirem a espetáculos circenses na Malory Square assistem ao por do sol e o aplaudem. É bonito mesmo, talvez seja o mais bonito dos EUA, mas não pude deixar de lembrar-me de nossa Jericoacoara onde os aplausos ao por de sol também são calorosos.

Comparar os dois ambientes é injusto. São tão diferentes que não conseguiria estabelecer critérios mínimos, por mais que me esforçasse. Mas minha verve patriótica (nesse caso, mais cearense do que brasileira) vai me forçar a preferir nossos queridos verdes mares, pela simples razão de que são uma obra de arte original: a originalidade da natureza selvagem.

Pensei. Que enorme desafio temos pela frente. Criar uma infraestrutura que nos permita acesso fácil aos povos do mundo às nossas belezas e que as mesmas sejam geradoras de riqueza para a população (principalmente a nativa), mas preservando aquilo que é o valor mais absoluto: sua virgindade. Isso é possível?

As fotos abaixo de Malory Square com as pessoas se preparando para ver o por do sol e um sol poente em Key West foram extraídas de sunset celebration.



segunda-feira, 12 de março de 2012

Complenet 2012

Estive na semana passada participando do Complenet 2012 (3rd Workshop in Complex Networks) em Melbourne na Flórida. Uma oportunidade para discutir com pesquisadores de diferentes áreas sobre como as redes complexas podem resolver problemas, digamos complexos. Mas afinal isso não explica muito, não? A ideia por trás das redes complexas é de que os problemas devem ser compreendidos sob uma perspectiva que considere a conexão de elementos que interagem e assim formam uma rede. Ainda abstrato? Deixem-me exemplificar.

Considere os problema de doenças causadas por vírus que se propagam por contágio que pode ocorrer pela simples interação entre as pessoas. Por que algumas doenças se propagam tanto e geram uma epidemia e outras não? No campo das redes sociais, o que podemos dizer de um rumor oriundo de uma simples fofoca e que se torna um tópico superpopular entre as pessoas ? Um exemplo recente disso foi o rumor sobre a garota Luiza nos EUA e que circulou nas redes sociais há pouco tempo.

Pesquisadores que trabalham com redes complexas acreditam que há algo em comum entre essas coisas bem mais do que nossa vã filosofia  pode imaginar. De uma forma geral, eles acreditam que há propriedades comuns entre esses e outros problemas, os mais diferentes, mas que compartilham os efeitos que emergem quando há uma rede que evolui e que podem evidenciar características muito surpreendentes. Escrevi sobre isso quando falei sobre o efeito mundo pequeno” aqui

Não sou expert em redes complexas, mas creio que o que caracteriza essa área é exatamente essa diversidade de pesquisadores de áreas diferentes que gradativamente começam a se interessar pelo tema, pois percebem que há aplicabilidade dos conceitos dele oriundo para um certo domínio de estudo.

No meu caso vislumbro pelo menos duas aplicações interessantes desses conceitos em problemas de pesquisa. Primeiramente, estamos investigando como a atuação de usuários de WikiCrimes que tentam registrar crimes gerando uma tendência falsa pode ser capturada pelo fato dessas ações diferirem de padrões demonstrados  na rede complexa que representa a  interação entre usuários regulares do sistema e locais de registro de crimes. Para maiores detalhes o artigo a ser publicado nos anais do Complenet é uma boa fonte (se tiver pressa e quiser logo saber de algo, envio por email).

Outro tema de pesquisa em que os conceitos de rede complexa se aplicam fortemente refere-se a busca de padrões de colaboração entre pesquisadores através de suas colaborações em artigos científicos. Será que podemos estabelecer alguma conexão formal entre a conectividade e a produtividade dos pesquisadores, em especial dos pesquisadores cearenses. Trata-se de um projeto de pesquisa desenvolvido dentro do quadro de minhas atividades na FUNCAP e que espera auxiliar na elaboração de políticas de fomento à pesquisa. Escreverei mais sobre isso em um futuro breve.


sábado, 10 de março de 2012

Seminários Valor Econômico

Estarei, no final do mês (28/03) , em São Paulo para palestrar e debater no seminário promovido pela revista Valor econômico sobre o futuro das megacidades. Em particular, vou participar de um painel sobre "O avanço das cidades inteligentes como legado da Copa 2014". Será uma ótima oportunidade para falar de governo aberto, participação cidadã e tudo mais que está ao redor e que tem motivado algumas de minhas pesquisas. Estejam convidados. Para maiores informações o site do evento (ainda em formação) está aqui.