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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Redes Socias e Complexas

Aos interessados em redes complexas sugiro esse vídeo de Christaskis. Ele se concentra nas redes sociais. Intrigante.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Stefan Decker na FIEC: Desafios Lançados

A semana passada, embora muito cansativa, foi repleta de novos fatos e informações com a vinda de Stefan Decker, diretor do DERI da Irlanda. Tinha mencionado aqui mesmo sobre sua vinda e dos objetivos que tínhamos com ela. Sua visita foi muito enriquecedora. Stefan mostrou-se uma pessoa muito afável e em poucas reuniões deixou claro porque conseguiu o sucesso com o DERI.

Em particular, gostaria de elaborar um pouco sobre sua palestra para empresários de TIC e acadêmicos na FIEC. Confesso que esperava que ele falasse mais sobre a estrutura do DERI, sobre os desafios de fazer parcerias com o setor privado e sobre estratégias de captação de recursos. Stefan falou pouco sobre esses aspectos, pois decidiu dar ênfase no tema que dirige todas as pesquisas e inovações no DERI.: a Web Semântica. Diante das reações que pude perceber após sua apresentação, comecei a achar que sua escolha foi muito feliz.

Sua palestra foi centrada na ideia de que a web está se modificando e que em um futuro (difícil de prever se breve ou não) ela terá uma outra dinâmica. Estaremos no futuro falando de uma web mais inteligente. Ao invés de acessarmos somente documentos (expostos em páginas como hoje), vamos poder combinar os dados que esses documentos possuem. Não desejo tornar este texto muito técnico, por isso vou me abstrair do que isso significa. O que considero relevante aqui é explorar o fato de que Stefan no DERI definiu um objetivo com base em um futuro que se apresenta possível, criou um ambiente para se tornar pioneiro na criação de ferramentas para explorar esse mundo e, o melhor de tudo, está aberto à possibilidade de sermos seu parceiro nesta empreitada.

Não creio que isso tenha ficado claro para todos. A escolha que Stefan fez quando de sua apresentação foi arrojada. Afinal ele estava falando de algo desconhecido e descontextualizado para muitos. Os acadêmicos não se espantaram. Tinha relação com o que faziam. Os empresários, aparentemente, acharam que aquela conversa se referia à pesquisa científica, exclusivamente. Não era essa sua intenção e nem é essa a realidade. Boa parte da pesquisa desenvolvida para essa “nova web” já está desenvolvida em termos tecnológicos e que nem se configura mais como um tema de pesquisa. Nos encontramos no momento que alguns chamam de ponto de inflexão.

Já existe um desenvolvimento tecnológico que permite a exploração em negócios. O sucesso dessa nova tecnologia, no entanto, depende do quanto as pessoas passam a usá-la. Por isso, Stefan tem todo interesse em ter parceiros que aumentem essa corrente. Um momento propício para inovações. Claro que não deixa de contemplar seus riscos. Afinal, o ineditismo nem sempre é vantagem competitiva. Mas o que considero importante ressaltar é que nós aqui no Estado, que nunca fizemos parte de nada de novo do que acontece nesse cenário, começamos a discutir essa possibilidade. Fico pensando que talvez esteja sendo ambicioso demais ao buscar isso. Mas logo me conforto: se não for assim, nem estaria dentro.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

DMB no Rio em 2010

Para curtir no fim de semana. Nostalgia de pouquinho. O show do Dave Matthews Band no Rio, Arena HSBC, foi muito bom. Escutem #41 com a atuação fantástica de Carlos Malta na flauta e Gabriel Rossi na gaita. Eu estava lá e muito bem acompanhado !!!!!!

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Diretor do DERI na FIEC: Inovação em TIC

A experiência que adquiro na FUNCAP tem sido valiosa para compreender os entraves e dificuldades de fazer inovação em TIC. Acredito que essa área merece atenção especial dos governos, dentre outras razões, pela transversalidade que lhe é peculiar. Fortalecer a cadeia da inovação, desde a pesquisa científica até a comercialização dos produtos/serviços, é um constante desafio. A FUNCAP tem buscado fazer isso nas mais diversas formas.

Nesta semana, estamos empreendendo mais uma ação em busca de fortalecer a cadeia de inovação através do estabelecimento de parcerias estratégicas internacionais. A visita do Prof. Stefan Decker, diretor-presidente do DERI, a Fortaleza é mais um passo nessa direção. Ele participa nesta quarta-feira pela manhã na FIEC de um seminário sobre Inovação e Pesquisa Científica em Tecnologia da Informação e Comunicação. Decker fará palestra sobre sua experiência com projetos de inovação em TIC e sobre aproximação universidade-empresa. Após a apresentação haverá um debate com representantes da iniciativa privada, da academia e do governo.

Stefan Decker é Doutor em Informática pela Universidade de Karlsruhe, Alemanha, com pós doutorado na Universidade de Stanford, Estados Unidos. Ele é pesquisador nas áreas de Banco de Dados e Inteligência Artificial e empreendedor.

O DERI, sediado em Galway na Irlanda, é um dos mais renomados Institutos de P&D em Web no mundo com pesquisadores de mais de 40 países e projetos com recursos tanto de empresas privadas como da Comunidade Europeia. Em menos de uma década, Decker conseguiu colocar o Instituto e a Universidade de Galway como referência no cenário mundial. Em sua vinda a Fortaleza ele apresentará sua experiência e discutirá a viabilidade de se replicar o case de sucesso.

Outras informações sobre Stefan Decker podem ser encontradas em http://www.stefandecker.org/ e em http://www.deri.ie/.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Isto NÃO é Verdade

Já escrevi aqui sobre a figura que é a prefeita Luizianne Lins. Decididamente ela é notável (no sentido que não dá para passar desapercebida, somente). Este ano o Jornal O Povo ofereceu-lhe um espaço quinzenal na coluna opinião para que a mesma expusesse suas opiniões.

Os textos de Luizianne seguem sempre o mesmo padrão. Chegam a parecer peças publicitárias. Recentemente, naquele mesmo espaço ela foi acusada pelo Prof. João Arruda de ter uma espécie de autismo político. Confesso que já não dá mais para lê-los. Até que o fiz por um tempo, mas a ladainha ficou excessivamente repetitiva.

Pois bem. Para não dizer que ler seus artigos não me foi uma perca total de tempo, um deles me causou tanto espanto que merece essas minhas linhas. Não tanto pelo artigo em si, mas pelos desdobramentos que ele teve. Senão vejamos. Há alguns dias atrás, a prefeita escreveu um artigo de título “Isto é verdade” (leia-o aqui). Nele ela mencionava uma matéria da revista Isto é que falava do “aumento expressivo de indicadores de desenvolvimento sociais e econômicos da periferia de Fortaleza”. Luizianne, por sua vez, em seu artigo, apressou-se a interpretar que essa situação favorável devia-se à ações que vinha implementando na sua gestão.

Tinha tudo para ser mais um desses artigos típicos de Luizianne, se não fosse o detalhe, nada desprezível, de que os dados mencionados na revista não se referiam a cidade de Fortaleza, mas somente a sua região metropolitana. Descobriram em conversa com o pesquisador que realizou o estudo de que a periferia mencionada no artigo era a região metropolitana de Fortaleza. Isso mesmo. O título Isto É Verdade não poderia ser mais falso.

Ficam-nos as seguintes dúvidas (diga-se aliás, nada louváveis para com a prefeita). Ou ela não sabia do que estava falando, o que indica que não é capaz nem de perceber quando dados que referem-se a sua gestão são divulgados, ou mentiu conscientemente, sabendo que os dados não se referiam à cidade, nem muito menos à sua gestão. Fiquem vocês com a resposta que acharem mais conveniente (se é que dá para achar alguma conveniência nisso tudo). Ela é ou não é notável?

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Torcida Vascaína

Torcida Virtual foi ao ar com nova versão hoje. Dentre as várias novidades (convido-os a conhece-las) a que mais gosto é a possibilidade do torcedor levar o mapa do time para seu site. Vejam o exemplo abaixo.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Especialista em SEO – Profissão do Futuro?

Soube que numa dessas listas sobre as profissões portadoras de futuro, a profissão de especialista em SEO estava entre elas. Para os que não são especialistas, deixem-me primeiro introduzir o que significa SEO. Vem da sigla Search Engine Optimization (Otimização para Máquinas de Busca). Trata-se de otimizar uma página (ou até o site inteiro) para ser melhor compreendido pelas ferramentas de busca (leia-se aqui sem medo de exagero Google). A consequência da utilização das técnicas de SEO é o melhor posicionamento de um site em uma página de resultados de uma busca.

Estamos desenvolvendo um projeto no LEC (Laboratório de Engenharia de Conhecimento) que nos requer compreender os meandros de SEO. Trata-se de um projeto que envolve um portal de notícias e tem sido muito interessante ver o quanto hoje em dia se exige dos produtores de conteúdo (no caso jornalistas) a memorização de regras e mais regras para fazer com que uma notícia seja mais acessada.

O mero título de uma matéria pode ser mais, digamos atrativo, ao Google se os termos usados são os mais adequados. É fácil perceber como todo esse processo deve ser difícil de ser apropriado pelas redações de jornais que têm portais de conteúdo. Um título que para o jornal impresso é bom, para a versão on line pode não ser adequado. Como saber quais são os termos adequados para cada tipo de matéria é só uma das exigências que os jornalistas, editores e redatores estão sendo obrigados a conhecer.

Diante disto, uma profissão que surgiu recentemente foi a de especialista em SEO. Refere-se ao profissional que entende do processo e orienta o projeto do site e a forma adequada com que o conteúdo deve ser produzido. Mas seria essa uma profissão de futuro? Se depender de nossas pesquisas no LEC, absolutamente. Estamos desenvolvendo programas que procuram automatizar as ações de SEO. Não acreditamos que os produtores de conteúdo, por mais comprometidos que sejam, se dediquem a tarefa de adequar seus textos, ou pelo menos os títulos destes, para que atendam às regras de SEO.

Como, por enquanto ainda estamos em fase inicial de nossa pesquisa e não temos resultados ainda concretos, os especialistas em SEO podem ficar tranquilos. Mas que acho que essa profissão é muito mais de presente do que de futuro, acho.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Projet Triangle Paris


Recentemente tomei conhecimento via (@c_reginaldo no Twitter) do projeto do prédio Triangle que está sendo construído em Paris. A ser completado em 2014, trata-se de um edifício super arrojado que por uma perspectiva parece uma pirâmide, mas que se trata mesmo de um fino triangulo de vidro. Sua localização é na Porte de Versailles e tem uma característica marcante (mas somentes para aqueles que moram em terras frias): o prédio não gerará sombras nos arredores. Vejam o video abaixo com simulações do projeto e de como ele ficará depois de pronto. Tiro o chapéu para os franceses. Paris não para de ficar bonita.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Inovação: A Plataforma de Jogos Sifteo

Um exemplo interessante de como as inovações no mundo digital estão ocorrendo é esse da plataforma de jogos Sifteo. Estudantes de pós-graduação do MIT (Massachussets Institute of Technology) em Boston nos EUA criaram uma empresa para comercializar o produto que desenvolveram.
Trata-se de uma plataforma de jogos que se baseia em pequenos cubos que possuem um processador, se comunicam entre si e com outros computadores. Os cubos podem ser usados em diversos jogos desde que conectados a um computador que os controla. Para conhecer mais sobre Sifteo veja o vídeo abaixo.

O que quero ressaltar aqui é o perfil dos empreendedores. Dois jovens profissionais de informática. David Merril é especialista em interação humano-computador, teve seu mestrado em Stanford e doutorado no MIT, ambos em computação. O sócio de David é Jeevan Kalanithi. Você pode ver algumas das palestras de ambos nos vídeos do TED.

Os dois são exemplos do espírito empreendedor que domina os alunos de pós-graduação e professores das universidades americanas. Evidente que o ecossistema favorece (como já comentei aqui). A empresa tem financiamento do NSF (National Sciense Foundation), que equivale ao CNPq aqui no Brasil, e de fundos de capital de risco. Esse é o modelo que precisamos fomentar. Em se tratando de indústria de alta tecnologia, não há outro.


sexta-feira, 12 de agosto de 2011

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Agrotóxico Para os Pobres!

Incrível! Estive a falar sobre política nesses últimos dias e parece que o descalabro não acaba mais. Vou buscar mudar de tema, mas antes disso, deixem-me mostrá-los esse vídeo abaixo.
As imagens e discursos falam por si. O raciocínio da parlamentar é totalmente sulrreal. Não me contive quando ela  chuta uns números inconsistentes. Nem precisa contra-argumentar, ela mesmo já disse antes que não sabe os números. No final, a conclusão que tenho é que, morrer de forme, os "pobres" brasileiros pobres não podem, mas morrer envenenados, aí sim, podem. A diferença é que vai ter muito nego com o bolso cheio, né.



via viomundo

terça-feira, 9 de agosto de 2011

De Banheiros e Eleições

Deparei-me pensando sobre banheiros, eleições e política. Antes que o caro leitor relacione isso tudo com mau odor e derivações (o que, aliás, seria uma inferência mais do que justificada) deixem-me esclarecer.

Ao acompanhar o noticiário sobre o que está sendo chamado de escândalo dos banheiros, li uma matéria sobre como se portaram a maioria dos deputados estaduais quanto à questão. Barraram a abertura de uma CPI, relativizaram tudo e decidiram que nada daquilo era com eles. Na matéria havia uma foto de deputados com quem cheguei a me identificar um dia e até, reconheço, forneci meus votos. Numa época, não muito longínqua (pelo menos gosto de pensar assim) em que defendiam ética, espírito público e uma nova forma de fazer política. Hoje eles são governo. E não é pouco não. São governo municipal, estadual  e federal. Conheceram o poder. Defendem tudo que deles vêm. Não têm limites.

Viro a página do jornal. Leio outra matéria. Desta vez veicula-se a forma com as lideranças políticas se articulam para apresentar os candidatos à eleição municipal. Os que detêm o poder se organizam para manter o status quo. Cada um com seu pedaço, tudo dominado.  Me pergunto: mas será que isso não os incomoda mesmo? Seria somente a nossa (minha e deles, mais minha obviamente) ingenuidade de jovens que nos fez acreditar no propagado outrora?  

O escândalo dos banheiros além do mérito em si, escancara, à fossa aberta, a situação de nossa política. E aí, começo a achar que não há mesmo outra relação mais significativa do que o fedor.

Tout d’un coup torno-me um otimista. Lembro-me que as eleições municipais chegarão em breve e o fortalezense já demonstrou em outros momentos que não coaduna com jogo de cartas marcadas. 

* Artigo publicado na coluna Opinião hoje no Jornal O Povo

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Por uma nova visão sobre o uso da informação pública sobre ocorrência de crimes


A Internet através da Web tem mudado gradativamente a forma de se viver em sociedade ao proporcionar, dentre outras coisas, novas formas de interação entre as pessoas, negócios inovadores e que permitem inovar também na  relação dos cidadãos com os governos. Para que isso ocorra em plenitude, há que se criar uma nova postura governamental no trato da informação pública que deve ser fundamentada na transparência e participação.  

Em se tratando de Segurança Pública, transparência e publicidade de dados sobre a criminalidade são pontos nevrálgicos dos governos brasileiros. As informações sobre onde, quando e porque ocorrem crimes são tratadas equivocadamente como sigilosas. A Grã-Bretanha, um dos países mais avançados no conceito de Governo Aberto, é um bom exemplo de como mudanças nessa postura têm sido feitas. Lá a Polícia abriu, aos cidadãos, todas as ocorrências criminais com a exata localização geográfica e horário de onde ocorrem. Nos EUA o mesmo ocorre. As polícias americanas perceberam que quanto mais as pessoas entenderem o que está acontecendo no seu bairro, mais elas podem ajudar.

Abrir-se à sociedade siginifica estabelecer canais de diálogo franco e proativo. Embora difícil, pois é uma mudança cultural, isso é recompensador, porque trata-se de um meio para se obter credibilidade da população e fortalecimento da participação. As pessoas estarão dispostas a participar, se confiarem no governo e nas informações que lhes são postas à disposição. Não é o que acontece atualmente no Brasil onde o que se vê são constantes dúvidas quanto à credibilidade das estatísticas oficiais. Últimas estimativas feitas no País, mostram que mais de 50% dos roubos e furtos em grandes cidades não são nem comunicados à Polícia.

Aqui no Brasil, começamos um projeto de pesquisa que deu origem a um site inovador chamado Wikicrimes(http://www.wikicrimes.org). Trata-se de um espaço de utilidade pública que permite o acesso e registro de ocorrências criminais pelo próprio cidadão no computador diretamente em um mapa digitalizado. Hoje WikiCrimes coleta dados sobre crimes de diversas fontes o que levou o surgimento de vários serviços públicos úteis aos cidadãos. É possível, por exemplo, saber, a partir de um smartphone, sobre a quantidade de crimes que ocorreram na região que a pessoa se encontra. Mais de 10.000 brasileiros já se inscreveram no site.

Fiz correspondências aos Secretários de Segurança Pública de todos os Estados solicitando que ponham seus dados em WikiCrimes para benefício da população. Não consegui sensibilizá-los ainda. Reforço aqui esse convite. Quero convidar a todos aqueles que mantêm dados oficiais sobre a criminalidade (que vale lembrar: são públicos) aprisionados em seus bancos de dados, para que os libertem. Eles serão o vetor transmissor de uma relação de parceria com a sociedade que tende a ser muito frutífera.

* Este artigo foi publicado hoje no site da revista Carta Capital

 

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Os Engarrafamentos Vão Acabar. Não Me Perguntem Quando.

Àqueles como eu que estão a sofrer diariamente com a rotina dos engarrafamentos, segue a boa notícia de que há uma luz no fim do túnel. Basta para isso que os carros “conversem” entre si. Futurista? Talvez não.  A tecnologia para isso já existe.  O Departamento de Transportes Americano lançou um desafio para que apresentassem propostas inovadoras para melhorar a mobilidade urbana. Os vencedores propuseram muita conectividade para os carros de forma que sejam hábeis e ágeis para informar aos condutores sobre tudo que está a ocorrer. Todos acreditam que os engarrafamentos são mais frutos de falta de informação para tomada de decisão inteligente do que pela quantidade de carros. Não sei se pensariam isso se conhecessem Fortaleza :-))

Vejam o vídeo abaixo para ter ideia de como nos comportaremos com carros que se conectam à Web.



segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Penas alternativas e Impunidade

Um dos assuntos mais sensíveis em nossa sociedade refere-se à sensação de impunidade. Algo que permeia todas as classes sociais e os mais diferentes  setores da sociedade e que tem efeitos deletérios incomensuráveis.

Infelizmente esse sentimento de impunidade tira-nos a capacidade de uma análise racional sobre um dos maiores problemas brasileiros: o injusto sistema punitivo que vivemos. Vou usar aqui o termo sistema punitivo para me referir de forma ampla ao sistema que envolve a polícia judiciária, ministério público, justiça e sistema prisional. Todas as vezes em que se cogita estabelecer penas alternativas para casos de menor poder ofensivo ou que busquem esvaziar cadeias e delegacias cresce o sentimento de impunidade e abre-se o espaço para discursos populistas.

Embora sob uma primeira análise a ideia de liberar quem cometeu ilícitos leva-nos imediatamente a pensar em impunidade, é preciso perceber que esse raciocínio é por demais simplório para compreender um dos maiores problemas de uma sociedade cheia de complexidades e deficiências históricas como a nossa.

Um dos princípios básicos de um sistema punitivo em países democráticos é de que a pena por um ilícito deve guardar proporção com o dano causado pelo delito.  Esse princípio não existe de fato hoje. Não me refiro nem ao arcabouço legal, mas à dura realidade de pessoas (a grande maioria de pobres) que se amontoam em cadeias e que via de regra pagam muito caro pelo que fizeram. O papel ressocializador que o Estado é obrigado a exercer também é inexistente. Na verdade, ao se tratar batedores de carteira junto de homicidas, traficantes e gangsters de todo naipe, se está alimentando um círculo vicioso da violência.

O impacto desse círculo vicioso é cruel na nossa vida cotidiana. Os agressores vão se “escolando” no crime e também, por saberem que não faz muita diferença entre ser latrocida ou meramente um batedor de carteira, tornam-se cada vez mais violentos.  Aqueles que defendem leis mais rigorosas precisam compreender que o grande problema é que o sistema punitivo hoje já é rigoroso. Na verdade, demasiadamente rigoroso e demasiadamente injusto. Uma reforma que induza o Estado a agir com parcimônia e sabedoria é o que devem buscar os homens públicos de bem. Mas para isso é preciso coragem para não serem cooptados pelos discursos fáceis, mas contra-produtivos.

Vejamos o exemplo americano. Eles têm as prisões de segurança máxima, as mais exemplares. Muitas delas são privatizadas e o zelo para reduzir o contato dos presos com os agentes está presente nos menores detalhes. Há muito se sabe que esse é um dos pontos vulneráveis de qualquer prisão. É o elo mais fraco, visto que a interação preso-agentes é suscetível à corrupção, extorsão e ameaças.

No entanto, o grande problema que os americanos estão vivendo é que as prisões, por melhores que sejam, estão superlotadas. O sistema penal e judicial americano está em crise pelo excesso de pessoas ou presas ou em liberdade condicional. Os norte-americanos estão agora sofrendo conseqüência de uma política rigorosa de punição implementada nos últimos vinte anos. Há vinte anos atrás 580.000 pessoas estavam condenadas a prisão nos EUA. Esse número hoje é de cerca de 2,3 milhões de pessoas. No Japão, por exemplo, esse número era 40.000 e passou a 71.000 vinte anos depois. A população americana representa 5% da mundial mas em se tratando da população carcerária a americana é de 25% da global. A taxa de presos por habitante nos EUA é 756 por 100.000 habitantes sendo cinco vezes maior do que a média global. Um em cada 31 adultos nos EUA está na prisão ou em um sistema de liberdade vigiada.

A razão principal para esse crescimento exponencial da população carcerária Americana é de que a lei é muito rigorosa com pessoas que cometem pequenos delitos. Isso tira toda a energia e foco das autoridades policiais e as impede de se concentrar nos grandes problemas como o aumento da dominação do cartel mexicano. Não precisamos cometer os mesmos erros que os americanos cometeram.